quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A importância do esporte no tratamento do autismo

Meu irmão hoje está com 30 anos. Quando se tornou adulto, ficou sem atendimento, o que estava deixando minha mãe angustiada, pois sabemos que o tratamento ao autista deve ser de forma contínua, ou seja, sem interrupções, eles precisam de uma rotina, de horários, de atividades.

Para nossa surpresa, apesar dele ser adulto, conseguimos uma vaga na natação e na musicoterapia em uma instituição que cobra pouco, possibilitando a quem não tenha grandes condições, proporcionar um atendimento de qualidade para seus filhos.

Minha mãe achou que o Inho não iria aceitar entrar na piscina. Quando mais novo (creio que pelos 9 anos, não me lembro ao certo), ele fez natação, gostou muito, e lembro que quando íamos na piscina do clube que éramos sócios, eu brincava com ele e ele batia o pé na água.

Quando chegou no seu primeiro dia de 'aula', Inho não quis entrar. Uma 'profe' muito querida e simpática o convenceu a entrar, minha mãe ficou na sala de espera, pensando "daqui a pouco vou buscar o Inho, ele não vai entrar mesmo...". Para a surpresa da minha mãe, ao perguntar pelo guri, eis que ela escuta "ele está lá, dentro da piscina já!" Rsrsrs.

Claro que ele relembrou os tempos de criança onde fazia natação, brincava, se divertia, aprendia. Outro dia demorou um pouco mas ele aceitou colocar o "macarrão" embaixo dos braços, a caneleira em outro dia e assim vamos caminhando, dia após dia, uma evolução, outra, e outra e assim seguimos a vida.

O esporte ajuda na saúde, desenvolvimento, disciplina. Há a rotina de chegar no horário, trocar a roupa, fazer a aula, tomar banho, se vestir, etc. Além de saudável, contribui muito na criação de uma rotina na organização do Inho ter mais essa atividade bacana em sua vida.

Em breve mais relatos do novo nadador!

Abraços azuis!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Luizinho e seus trinta anos





Há trinta anos nascia Luizinho, o segundo filho de um jovem casal no sul do Brasil. Luizinho foi muito amado, desejado e festejado, até por que a irmã dele já não era mais um bebê, e a vinda de outro bebezinho encheria aquele lar de fraldas, mamadeiras e talco de bebê.

Nascia o Luizinho, um bebê que desde quando saiu da barriga e até hoje é lindo, era o típico bebê de uma marca famosa de cosméticos infantis: lindo, fofinho, cheiroso e vistoso.

Com o passar dos anos, meus pais perceberam algo diferente, foi detectado que ele era autista. Desde então segue uma luta constante, um trabalho constante onde tentamos ajudar conforme podemos outros pais, irmãos e familiares que possuem um autista na família.

O dia a dia não é fácil, há várias barreiras a superar, e creio que a maior delas seja o preconceito, a desinformação, o olhar "torto" das pessoas quando o veem cantar, assoviar, ou fazer esteriotipias típicas que autistas fazem.

Posso dizer a vocês que mesmo não sendo fácil agradeço a Deus pela oportunidade que estamos tendo. Muito provavelmente não tendo um autista na família ou alguém próximo com autismo, não teríamos como saber que existem autistas, que existe um trabalho lindo de pais que se unem para ajudar uns aos outros e também certamente não estaríamos  crescendo espiritualmente nessa vida.

Me perguntaram se eu gostaria que meu irmão fosse "normal", é óbvio que sim! Gostaria que ele falasse, brincasse, namorasse, casasse, me desse sobrinhos! Porém como não foi possível, agradeço a Deus a oportunidade de poder crescer como pessoa e crescer espiritualmente, pois ele veio com uma missão e tenho pena de quem podendo crescer ao lado dele tenha por ventura se afastado, certamente quem perde não é ele e sim quem se afasta.

Parabéns Inho, todos amamos vc!

Foto: Luizinho na natação!